MEU PRIMO VINNY (My cousin Vinny)
FICHA TÉCNICA
Diretor: Jonathan Lynn
Elenco: Joe Pesci, Ralph Macchio, Marisa Tomei, Mitchell Whitfield.
Produção: Dale Launer, Paul Schiff
Roteiro: Dale Launer
Fotografia: Peter Deming
Trilha Sonora: Randy Edelman
Duração: 120 min.
Ano: 1992
País: EUA
Gênero: Comédia
Cor: Colorido
Distribuidora: Não definida
SINOPSE:
Vinny, homem criado nas ruas do Brooklyn, em Nova York, consegue se formar em Direito e aceita, como primeiro caso de sua carreira, defender um primo e um amigo, acusados de assassinato numa pequena cidade do interior. Devido à sua pouca experiência e sua linguagem vulgar, ele e sua noiva, que o acompanha na viagem, provocam uma série de confusões.
COMENTÁRIOS DE:
Rogério Schietti - Promotor de Justiça do MPDFT
Para começar, sugerimos uma comédia, estrelada pelo divertido Joe Pesci e pela bela e competente Marisa Tomei - cujo desempenho lhe valeu o Oscar de melhor Atriz Coadjuvante em 1992.
Nesta comédia dirigida por Jonathan Lynn, Joe Pesci, um advogado que, após sua formatura, jamais defendeu uma causa, é chamado para assumir a defesa de um primo, que, juntamente com um amigo, é acusado de haver cometido um homicídio em uma pequena cidade do interior dos EUA.
As trapalhadas jurídicas do advogado, secundadas por um defensor público gago, produzem boas risadas.
O personagem de Joe Pesci, de uma hora para outra, vê-se na obrigação de aprender, "na marra", como comportar-se perante uma Corte Criminal, e como tentar provar que seus clientes não são os autores do roubo.
Para isso, conta com o valioso auxílio da sua noiva, a personagem encenada por Marisa Tomei, e até mesmo com as orientações - iniciais - do próprio promotor do caso, tamanha a deficiência técnica do rábula.
Destaque Jurídico
Uma das curiosidades do filme é o rigor com que o Juiz da causa trata o advogado Vinny, exigindo-lhe uma postura física e uma obediência cega a seus caprichos, a ponto de decretar-lhe, por sucessivas vezes, a prisão em flagrante por crime de desacato (attempt of court).
Transportando tal situação para a realidade brasileira, questionamos até que ponto um juiz, um promotor de justiça ou um delegado de polícia podem exigir, por exemplo, que o réu ou testemunha se traje dignamente, use palavras educadas, tom de voz baixo, e que lhes dispense toda a reverência que muitas vezes desejam receber.
Em discurso proferido na abertura do – Congresso Nacional do MP, em Goiânia, o então Ministro da Justiça Nelson Jobim mencionou que, em uma cidade do interior do Rio Grande do Sul, um juiz novato proibiu que as pessoas entrassem nas dependências do Fórum usando bombachas, contrariando, assim, os antigos costumes da região.
Na Capital da República, temos exemplos de prédios públicos em que homens são impedidos de entrar de bermudas, e as mulheres, de usar calças compridas.
Somos, afinal, mais rigorosos ou mais complacentes do que o sisudo juiz norte-americano, retratado no filme pelo ator Fred Gwynne?
Relato do Leitor
Adorei o tema do filme a ser discutido. Eu pude assistir "Meu Primo Vinny" e realmente é muito engraçado! Acho que nós brasileiros tentamos copiar os estilos americano e europeu ao sermos extremamente formais. Se pensarmos bem, não é lógico vestirmos terno num país tropical. Entretanto, penso que se assim não fosse e não se exigisse uma determinada forma de conduta nos tribunais, as pessoas tenderiam a abusar e é por isso que se impõe limites. O que eu acho certo é adequar esses limites às necessidades. Assim é que eu acho extremo rigor não permitirem que advogado faça audiências sem gravata. Desde que ele esteja vestido apropriadamente (i.e., calças compridas, camisa e sapatos) não vejo a utilidade da gravata. Em uma oportunidade, eu estava conversando com o Dr. ........ e ele me disse que quando morava em Roraima (onde ele foi promotor quando ainda era território) eles costumavam ir de short e camiseta para o fórum e colocavam a beca por cima para fazer as audiências. Não é o máximo? Até que enfim arrumaram uma utilidade para aquela capa preta, que aliás perdeu totalmente o sentido, visto que não representa mais "a perda de todos os preconceitos a fim de se julgar com justiça". Quando eu era aluna do .... (professor de Direito Processual Penal), ele fez uma piadinha muito legal, dizendo que achava que a beca deveria ser de cor fosforecente, pois assim evitaria dos Ministros ficarem dormindo nas sessões. Mas aí eu penso: será que nós somos realmente tão formais? E os juízes ingleses, que ainda usam aquelas perucas brancas cheias de cachinhos? De qualquer forma, penso que a beca impõe respeito perante as pessoas, especialmente as leigas, que se vêem diante de "autoridades". E esse deve ser o motivo pelo qual elas ainda existem.
Virgínia Charpinel Junger Cestari - Estudante de Direito (Brasília - DF)
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