Contaminada

Fui contaminada pela podridão. Lavo, esfrego, até a pele doer, mas a sujidade não desaparece. Cedo a chantagens, quase sem dar conta. Deixo que me quebrem as defesas. Já perceberam onde dói, onde a carapaça tem buracos. Esgueiram-se pelas fendas e atacam bem cá dentro. Sufocam-me. Tento ripostar, mas há sempre um adversário mais forte. O peso do seu corpo esmaga-me e só peço para acordar. Um dia vou conhecer a verdade de todas as coisas. Nem que seja noutro lugar. Nem que seja do outro lado.

Se bem que, antes, posso ser convidada a degustar um bom vinho e destilar devaneios despauterádos noite a dentro. Ai tudo muda de figura e a verdade efetiva das coisas parecerá óbvia.

Posted by Direito Por Direito on 10:12. Filed under . You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0. You can leave a response or trackback to this entry

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